# Se acham que as histórias rocambolescas só

acontecem nos filmes, então é porque ainda não conhecem o Sr. Padre. Vou tratá-lo só por Sr. Padre, e penso que entenderão a razão. O Sr. Padre é o pároco de uma pequena freguesia aqui perto de Aveiro. Já é uma pessoa com uma certa idade, muito lúcida… mas também muito distraída. Há uns tempos atrás, o carro do Sr. Padre avariou. Foi ao seu mecânico habitual, e como a reparação iria ultrapassar os dois dias e apanharia o fim-de-semana, o dono da oficina ofereceu-se gentilmente para lhe emprestar um carro de substituição. Deixaria o automóvel com a chave na ignição, no dia seguinte, logo de manhã, perto da igreja em frente à loja do fotógrafo local. E assim foi. O Sr. Padre viu o automóvel, a chave estava lá, e foi então tranquilamente à sua vida. Entretanto na loja, o fotógrafo preparava-se para mais um dia de trabalho – um casamento. E deve ter apanhado a maior surpresa da sua vida quando ao sair, verificou que o seu carro tinha desaparecido e com ele, todo o material que se encontrava na mala. No seu lugar, estava um outro veículo com uma chave na ignição. Prontamente, telefonou para as autoridades locais que lançaram um alerta para as unidades móveis. Enquanto isso, o Sr. Padre continuava descansadinho da vida na sua rotina matinal. A história espalhou-se com rapidez - não se tratasse de um meio pequeno – até que chegou aos ouvidos do pároco por volta da hora do almoço. E este começou a juntar as pontas soltas. Quando finalmente o Sr. Padre viu a luz, foi de imediato entregar-se às autoridades locais.
Conta - quem assistiu à missa no Domingo de manhã - que o Sr. Padre começou o seu sermão com: Irmãos, confesso! Roubei um carro… mas já o entreguei!

Não foi apresentada qualquer queixa contra o Sr. Padre.

O casamento começou atrasado por falta de comparência do fotógrafo.