# Sabes...

Amo-te por todas as razões e mais uma, e amo-te, por razão nenhuma. E não te amo quando não me amas.
Não te amo quando as minhas mãos não podem tocar no teu corpo, na tua pele, quando a tua cara não vai ao encontro da minha, quando a tua voz me diz o que eu não quero que me diga. Mesmo assim, amo-te sem te amar. E não me sinto bem.
Não me sinto bem ouvir as tuas palavras dizerem-me que amar não é só fazer amor, quando para nós, amar não é fazer amor. É estar, e só estar. É estar lado a lado sem nos tocarmos e muitas vezes sem falarmos. E não me sinto bem.
Não me sinto bem amar-te assim. Não me sinto bem ter que fingir que não me importo. Fingir que por vezes te amo quando não te amo. Mas amo-te.
Não me sinto bem procurar-te, quando não estás para mim. Fecho-me. E não te amo, porque não me queres amar. E depois, custa-me ouvir as tuas palavras. Deixo de as ouvir. Deixo de ouvir os teus risos, deixo de dar importância aos teus abraços e aos teus beijos, porque sei que não me amaste. E fecho-me. Isolo-me de ti. Afasto-me do carinho que me queres dar, porque sei que ele não veio na hora certa. Porque já me fizeste sentir-me demasiado mal.
Amo-te, mas não te amo, por não saberes. Não saberes que te amo. Não saberes que amar-te, é olhar para ti, achar-te linda, a mais linda e desejar tocar-te. Sentir o arrepio da minha mão no teu peito, que não é meu. Sentir-te simplesmente. Desejar-te. Querer dizer-te o que nunca te digo, porque tu não queres, não deixas. Não vês.
Não vês ao quanto eu me sinto mal por não ter ninguém para amar, mesmo amando-te.
E afasto-me.
Sabes… eu amar-te-ia se me amasses. Se me procurasses. Se não me fizesses sentir tão mal por te desejar, por simplesmente te querer para mim.
Porque te amo.